80 anos do meu pai

Quando eu era criança, muitas vezes, as pessoas falavam comigo “vi você com seu avô na rua!”

Eu respondia, confusa, que meus avôs morreram muito antes do meu nascimento, só pra entender que achavam que meu pai era meu avô.

Hoje, meu pai completa a idade que a minha avó Laércia fez quando eu tinha 6 anos e achava que ela era “muito velha”. Agora que eu também sou velha, eu não acho que 80 anos seja tão velho assim.

Eu sou 33 dos 80 anos do meu pai. E tem tanta coisa que eu poderia dizer sobre esses 80 anos que meu pai completa hoje que eu não saberia nem por onde começar. Tal como ele, que é um spoiler de mim mesma, às vezes me perco nos detalhes de cada história, falando muito mais do que meu interlocutor é capaz de assimilar.

Posso dizer que, hoje, o coração aperta de saudade de um jeitinho diferente, porque eu queria muito comemorar com meu pai os 80 anos de vida dele, com macarrão, pé de moleque, bolo sem açúcar e muito café.

Eu sou mesmo muito abençoada por ter um pai que, com todas as suas imperfeições, me ensina pelo seu exemplo diário o que é generosidade e amor, e é por isso que eu dou graças a Deus por ter me escolhido pra ser filha do meu pai. Nas inversões do tempo, meu pai agora também se torna um pouco meu filho também. Agradeço a Deus pela vida do meu popai, por permitir que vivamos tantas aventuras e tenhamos tantas histórias pra contar a ponto de esgotarem qualquer limite de caracteres.

Popai, eu te amo ao infinito e além, e fico tranquila, mesmo à distância, porque Santo Antônio toma conta de você. Comemore, feliz, seu 80º aniversário; se Deus quiser, não demora muito e a gente já já tá junto de novo! 

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