Coladinho no Jardim Botânico de Belfast, o Ulster Museum oferece um pouco de tudo pra quem ama arte e história, com curiosidade de descobrir mais sobre o mundo, seja adulto ou criança. As coleções expostas no Ulster Museum contam a história da Irlanda e também de outras partes do mundo, colocando os visitantes frente a frente com dinossauros e também com uma múmia do Egito, e também propiciando experiências interativas. A entrada é gratuita, e o museu fica aberto de terça a domingo, entre 10h e 17h. O Ulster Museum foi um dos museus que eu mais gostei de visitar na vida, e acho que, depois desse post, vocês vão entender o porquê.
Tapeçaria de Game of Thrones
A Irlanda do Norte é a terra de Game of Thrones e ninguém tem dúvida disso – e eles assumem, com orgulho. Prova disso é a épica tapeçaria de 77 metros exposta no Ulster Museum, que conta a história das temporadas de 1 a 7 da série. De Winterfell às Iron Islands, todos os eventos, locações e histórias estão tecidas ali. A tapeçaria é realmente impressionante, e podemos recordar todos os momentos cruciais da série que levaram até o final épico da temporada 7.
Desenhada à mão, mas tecida por uma máquina especial e finalizada à mão na Irlanda do Norte por artesãos locais, o linho usado para formar a base da tapeçaria foi fornecido por uma das últimas fábricas de linho da Irlanda do Norte, a Ferguson’s Irish Linen.
Os bordados delicados, realizados por um time de 30 costureiros no Ulster Museum e no Ulster Folk & Transport Museum, contam histórias dos personagens e momentos da série com ponto de corrente, ponto partido, ponto traseiro, ponto de correr e ponto de semente, usando fios metálicos, de algodão e de seda para ilustrar, em forma de bordado, uma das séries mais populares da atualidade.
Esta gloriosa peça de arte deve ficar em exibição até o dia 27 de agosto de 2018, mas eu boto fé que eles vão estender esta data – e também a tapeçaria, contando as histórias da 8ª temporada que ainda está por vir. De todo jeito, se você tiver a oportunidade de ir a Belfast, não deixe de conferir esta verdadeira obra-prima!!
1923-1968: Vivendo numa Ilha dividida
Uma das exposições mais interessantes do Ulster Museum é a “1923-1968 Living on a Divided Island“, que conta a história da formação da fronteira entre Irlanda e Irlanda do Norte em meio ao caos da guerra irlandesa de independência. O Ato 1920 do Governo da Irlanda do Norte colocava fim às lutas para manter a Irlanda no Reino Unido, mas os esforços de Edward Carson garantiu que 6 condados do norte da Irlanda fossem mantidos sob a Coroa.
A nova fronteira dividia aliados antigos no Estado Livre da Irlanda, e a coleção em exibição no museu inclui notas de alfândega, a nova moeda do Estado Livre da Irlanda, e a efemeridade política da época, bem como uma coleção de itens da Segunda Guerra Mundial, e itens de memorabilia tanto de nacionalistas quanto de unionistas. Aprender um pouco mais sobre a história da separação daquela ilha, com tantas imagens e itens impressionantes, foi uma experiência única.
Gilbert U-238 Atomic Energy Lab: o brinquedo mais perigoso do mundo!
Na exibição dos Elementos, que fica no 3º andar do museu e conta com uma tabela periódica que mostra seus respectivos elementos encontrados na Terra, um cantinho escurecido chama a atenção: o brinquedo Atomic Energy Lab (ou Laboratório de Energia Atômica), lançado nos anos 1950, considerado o brinquedo mais perigoso do mundo porque continha elementos radioativos!
Nos anos 1950, a Era Atômica nascia num ambiente otimismo: a fissão nuclear era vista como uma fonte de energia barata e ilimitada, e o fim para todas as guerras. Dentro desta visão utópica, em 1951, surgiu o Gilbert U-238 Atomic Energy Lab, um brinquedo educativo excepcional, com uma imagem idílica de uma criança maravilhada com a nova tecnologia. O jogo continha diversos materiais radioativos, com amostras de minério de urânio, um espinteroscópio (instrumento que mostra a incidência de partículas alfa por flashes em uma tela fluorescente) e uma câmara de nuvem (cloud chamber). Um jovem cientista nuclear poderia usar todo o equipamento para observar flashes e traços das partículas subatômicas vertendo de isótopos instáveis, e também usar o contador Geiger para descobrir o quão contaminados ficaram.
Pra quem não sabe, eu me apaixonei por energia nuclear em 2006, fiz meu mestrado em Estudos Estratégicos da Defesa e da Segurança na UFF e escrevi minha dissertação sobre a Política Nuclear Brasileira. Eu não sei até hoje como não estudei Física na faculdade, mas fato é que eu dediquei 10 anos da minha vida exclusivamente aos estudos das questões nucleares e eu sou completamente alucinada pelo assunto. Quando eu vi esse brinquedo em exposição no Ulster Museum, eu surtei e queria de qualquer jeito um desses.
É claro que esse brinquedo sensacional não atende aos requisitos de segurança e saúde de hoje em dia, e foi tirado de circulação ainda em 1951 porque o preço de US$50 (o equivalente a quase US$500 hoje) era muito caro para a maioria das famílias, e também muito complexo. No mercado de colecionáveis, a maioria dos jogos Atomic Energy Lab se encontra em condição imaculada. Se algum dia eu achar um, não respondo por mim!
2 responses to “Ulster Museum em Belfast”
[…] do Ulster Museum, dos tours de Game of Thrones e pela costa de Antrim, a Irlanda do Norte abriga inúmeras […]
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[…] mundial de restaurante Tony Roma’s tem uma filial em Belfast, na University Road, pertinho do Ulster Museum. Eu sou bem viciadinha em costelas de porco, então é claro que eu tinha que provar uma das […]
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