“Estais sempre alegres, orai incessantemente, dai graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus a vosso respeito em Cristo Jesus” (I Ts 16-18).

Eu considero meu aniversário meu ano novo particular. Esse ano não foi fácil pra ninguém, e pra mim não foi muito diferente.
Nos últimos 366 dias, tive que enfrentar a minha ansiedade de frente e lutar para não deixar que meus monstros me dominassem. Eu, que sempre gostei de ver o copo meio-cheio, tive meus dias de copo meio-vazio. Mas a minha fé – que vai muito além do meu otimismo – me segurou e me sustentou em todos os momentos. Todos os dias eu me lembrei de todas as razões que tenho pra agradecer, e eu sei que minha fé me fez continuar seguindo em frente.
A vida é cheia de incertezas mas, nesse ano, parece que todas elas foram aumentadas, potencializadas, escancaradas.
Nunca passei tanto tempo longe dos meus pais, dos meus amigos, dos meus parentes e familiares. Nunca fiquei tanto tempo dentro de casa. Nunca senti tanto medo da minha asma ser a minha maior fraqueza.
Eu poderia reclamar e dizer que nada do que eu planejei pra esse ano se concretizou. Mas eu tenho que reconhecer que esse ano me fez crescer muito, me permitiu que eu me reconectasse com camadas muito profundas de quem eu sou, me fez me sentir cada dia mais viva, me fez ter ainda mais motivos para agradecer.
Se, antes da pandemia, eu já sabia que tinha no meu marido o meu grande companheiro de vida, esse ano confirmou isso mais uma vez – se não fosse pelo Felipe, que é meu maior amigo, confidente, parceiro pra todas as horas, este ano teria sido realmente insuportável. E hoje, mais uma vez, ele provou ser o maior presente que eu podia ter nessa vida – inclusive fazendo um delicioso bolo de côco para cantarmos parabéns pra mim.
E, se o ano foi – no mínimo – esquisito, pelo menos hoje eu realizei meu sonho de infância de ter uma “festa” com o tema d’A Bela e a Fera. Quando eu era criança, eu sempre pensava em escolher esse tema pras minhas festas, mas sempre vinha algum outro desenho que eu também gostava e postergava A Bela e a Fera. Aos 31, o tema do meu aniversário foi, finalmente, A Bela e a Fera, numa festa pra dois.