International Slavery Museum em Liverpool

O International Slavery Museum fica no 3º andar do bloco D do Albert Dock, que também abriga o Merseyside Maritime Museum. Embora eu já tenha feito um post sobre o Merseyside Maritime Museum aqui e ambos ocupem o mesmo prédio, achei que o International Slavery Museum  merecia um post só pra ele, já que museu proporciona uma experiência bem forte e comovente aos seus visitantes, de um assunto muito diferente das questões marítimas.

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O International Slavery Museum foi inaugurado em 23 de agosto de 2007, que é o Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão, no mesmo ano em que marcou o 200º aniversário da abolição da escravidão na Grã-Bretanha, e o aniversário de 800 anos da cidade de Liverpool.

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No acervo, algemas e objetos que eram usados para torturar os escravos, peças de roupas e objetos de argila/cerâmica, moedas de ouro e obras de arte que retratam o período da escravidão. Também é possível ver depoimentos em vídeo, gravados para serem exibidos no museu, que tornam a experiência ainda mais forte. Além disso, um acervo musical com mais de 300 músicas de diversos gêneros que foram influenciados pela música africana, como o jazz e o blues, e também a batida local de Liverpool, conhecida como Mersey Beat.

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O museu é dividido em três galerias principais: a vida no oeste da África (Life in West Africa), que explora a história e a cultura africana e dos seus povos; escravidão e a “passagem do meio” (Enslavement and the Middle Passage – “passagem do meio” refere-se ao estágio do comércio triangular em que milhões de africanos eram enviados ao “novo mundo” como parte do comércio de escravos no Atlântico), que revela um pouco da brutalidade a que os escravos africanos eram submetidos e aos traumas que sofriam nas viagens pelo Oceano Atlântico, e a opressão em que se encontravam nas plantations do continente americano; e Legado (Legacy), que destaca a contínua luta por liberdade e igualdade, o impacto contemporâneo da escravidão transatlântica (como racismo e discriminação), e as conquistas da diáspora africana.

Foi um dos museus mais impactantes que já visitei, e confesso que saí de lá muito abalada, pensando ainda mais na maldade humana que permitiu um absurdo como a escravidão e o comércio de escravos, e que é inaceitável que ainda hoje existam pessoas em situação de escravidão no mundo.

Eu ainda tô devendo um post por aqui sobre o mês que passei na África entre 2012 e 2013, visitando o Zimbábue, Botsuana e a África do Sul, e que me fez me apaixonar perdidamente pelo continente africano, e a visita ao International Slavery Museum me lembrou muito das coisas que eu vi e vivi naqueles 3 países; embora tenha sido uma visita curta, foi o suficiente pra África nunca mais sair de mim.

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