Habemus casa!

E eis que temos, enfim, nossa casinha suíça. Depois de 43 dias em hotéis, muita procura e alguma incerteza, nos instalamos no nosso apê na última semana. Embora tudo ainda esteja bem vazio (e um tanto mais bagunçado do que eu gostaria por conta das caixas que não podemos simplesmente jogar fora, pois reciclagem aqui é coisa séria), já estamos começando a ter aquela sensação boa de estarmos instalados “definitivamente” (as aspas existem porque, como vocês que me acompanham já sabem, nada nessa nossa vida itinerante é definitivo e nós já chegamos aqui com data certa pra deixar a Suíça).

Alugar um imóvel na Suíça (ou, pelo menos, em Berna) não é coisa muito simples. Primeiro, há pouca disponibilidade de imóveis com mais de 1 banheiro para alugar, o que já limita muito a busca. Nós chegamos a ver anunciados apartamentos com 5 quartos e apenas um único banheiro!

Depois de encontrarmos alguns pouquíssimos imóveis com 2 banheiros, vem a luta para conseguir marcar uma visita. Ao dizer que estamos em missão diplomática, muitas imobiliárias nem respondem; pelo que soubemos, parece que há um pouquinho de preconceito em alugar imóveis para diplomatas e suas famílias. Das imobiliárias que nos responderam, várias indicaram que os apartamentos só ficariam disponíveis a partir de outubro, novembro, e até mesmo fevereiro do próximo ano; só aí já tivemos que eliminar mais alguns apartamentos que tinham despertado nosso interesse, pois tínhamos reservado o apart hotel por pouco mais de 2 semanas e estávamos doidos para ter um cantinho para chamar de nosso.

Conseguimos, enfim, visitar 2 apartamentos: este que no fim alugamos, e mais um outro, bastante parecido, só que bem mais longe do centro da cidade e da Embaixada. Berna stricto sensu é bem pequena, com uma população de 140 mil habitantes; lato sensu, a aglomeração de Berna inclui 36 municipalidades, e a população total está acima dos 400 mil habitantes. Todas estas municipalidades estão conectadas à cidade de Berna pelo transporte público, que funciona como um reloginho, mas que pode exigir várias horas de descolamento diário. Numa cidade pequena assim, e tendo encontrado outra opção também dentro da RF bem mais perto, não fazia sentido alugarmos um apartamento que exigiria um deslocamento diário de 1h20 no transporte público (40min pra ir e 40min pra voltar) para que Felipe chegasse ao trabalho, ou então a compra de 2 carros (em outro post eu conto a história automobilística).

Depois de escolhido o apartamento que gostaríamos de alugar, submetemos o pedido à imobiliária, que deveria aprovar o nosso perfil junto do proprietário do apartamento. Uma vez que nós fomos aprovados pela imobiliária e pelo dono do imóvel, nos foi enviado (pelo correio!!!) o contrato de locação, junto dos boletos referentes ao depósito caução e primeiro pagamento de aluguel.

Uma vez que fizemos estes primeiros pagamentos, recebemos as chaves do imóvel e pudemos correr nas lojas de móveis para comprar o básico que precisávamos para mudarmos. Salve a IKEA, que tinha sofá, mesa, rack e cama disponíveis para pronta entrega: fizemos a compra no sábado e os móveis foram entregues na terça feira (03/09). Por “móveis foram entregues”, entendam que caixas com móveis desmontados foram entregues, e nós dois passamos o dia inteiro montando-os, já que a taxa de montagem da IKEA estava beirando os mil francos. Já posso adicionar ao meu curriculum vitae a habilidade “montadora de móveis” hihihihi

Na véspera dessa entrega dos móveis, nós pegamos um carro pelo Mobility (serviço de car sharing) e voltamos na IKEA para comprar as mesas do escritório e coisas básicas como panelas, pratos, canecas, varal, etc. As mesas do escritório nós deixamos para montar no último final de semana, até porque ainda não tínhamos cadeiras. Nós optamos por comprar as cadeiras para a mesa de jantar em outra loja (Pfister) que só poderia entregar nossa compra no dia 09 de setembro. Pelo menos, quando entregaram estas cadeiras, eles mesmos montaram.

Quase diariamente tenho que ir comprar alguma coisinha na rua para nos dar mais conforto em casa, o que é normal nesse comecinho, bem como é normal ainda não ter uma noção certinha do planejamento de compras de alimentos (nossa geladeira aqui é bem menor do que a do apartamento na Armênia, então é mais uma coisa com a qual temos que nos acostumar). Ainda falta muita coisa, até porque ainda não fazemos ideia de quando nossos pertences vindos da Armênia serão entregues. E faltam também coisas básicas como internet e tv por assinatura, porque é claro que isso não é coisa simples por aqui. Até que tenhamos internet em casa, estamos usando os celulares de roteadores para a TV e computadores. Graças a Deus nós conseguimos contratar planos de internet móvel ilimitada, então pelo menos está dando pra assistir Netflix e GloboPlay, e trabalhar com alguma normalidade.

Aos poucos, a vida vai entrando nos eixos e já estamos muito felizes de estarmos instalados no apartamento. Soubemos de colegas da Embaixada que demoraram 4 meses para encontrar um lugar para morar aqui em Berna, bem como colegas das missões em Genebra e Zurique que também demoraram bastante, então nós nos sentimos muito privilegiados e abençoados por já termos um cantinho nosso.

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