de todas as pessoas que eu conheço, a mais difícil de se comprar um presente é a minha mãe. quando vai chegando o aniversário dela (que é hoje!!), ou dia das mães, ou Natal, eu sempre fico doida. o que raios eu vou comprar pra ela?
pro meu pai, é sempre muito mais fácil: toda vez que eu viajo, trago uns uísques bacanas pra ele do Duty Free e ele já toma isso como presente. tá ótimo, ele diz. ele não liga pra presente, mas não liga mesmo. aliás, ele prefere não ganhar nada. ou então ganhar meias, escovas de dentes, essas coisas que são fundamentais.
mas a mamãe gosta de um mimo. e não seria pra menos. e ela merece. e eu fico sempre querendo agradar, e comprar alguma coisa bem bacana pra ela. mas é difícil, viu.
perguntei pro meu pai o que ele ia dar de presente pra ela. ele disse “não sei”. ficou semanas matutando, até que resolveu comprar uma rosa. ele disse que não conseguia pensar em nada mais singelo e delicado pra ela.
a mamãe já tem tudo, e não faz questão de nada. ela não é muito fã de acessórios, e eu tenho que insistir bastante pra ela usar as jóias e relógios comprados ao longo dos anos. ela não liga muito pra roupas, porque prefere as que já estão no armário. são atemporais, ela diz. ela diz que não precisa seguir os “modismos”, as tendências – ela deixa tudo isso pra mim.
pra esse aniversário, eu quebrei a cabeça, mas acho que vai dar certo. escolhi um livro pelo qual ela demonstrou interesse numa das nossas muitas idas à Saraiva, um suéter de tricot com aplicação de pérolas, uma blusa azul ~klein~, e alguns outros pequenos mimos que tomam significado com o bilhetinho de aniversário que escrevi pra ela.
nem a mamãe nem o papai gostam que eu gaste dinheiro com cartões; preferem os bilhetes em qualquer pedacinho de papel sobrando em casa. eles dizem que tem muito mais valor.
