esse post é tudo menos um post fútil. se você tiver paciência pra ler tudo, com certeza vai entender.
quem me conhece minimamente bem sabe que eu tenho a maior preguiça do mundo de me cuidar. ok, cuidados mínimos eu tenho, fazem parte da minha rotina, tipo tirar a maquiagem antes de dormir, essas coisas. mas eu tenho muita preguiça de cremes, esfoliantes, hidratação de cabelo, secador de cabelo, etc, etc.
ou seja: tenho preguiça de coisas de mulherzinha.
a verdade é que eu acabei ficando acomodada, principalmente com o meu cabelo. o meu cabelo é o que mais sofre nessas horas, coitado. a falta de cuidado com ele é uma coisa assustadora.
criei o hábito de simplesmente lavar o meu cabelo e sair. a pseudo-salvação dele foi quando surgiu o tal do Moroccanoil: eu decidi aumentar esse produtinho na minha rotina diária pós-lavar o cabelo. o combo shampoo e condicionador Johnson’s Baby (true story) + Moroccanoil garantiu que meu cabelo crescesse longo e feliz.
ah é. eu gosto de lavar a cabeleira com Johnson’s Baby Shampoo. acho que não tem nada igual, e quem já dividiu quarto comigo em alguma viagem ou visitou meu banheiro constatou que a linha Johnson’s Baby reina absoluta na minha vida. agora que tem spray de cheirinho prolongaaaadoo então… nossa! não quero outra vida!!
mas eu não quero contar aqui só a minha displicência com o meu cabelo ou a minha rotina de pseudo cuidados capilares. quero contar as consequências desse pseudo cuidado.
há uns anos eu tenho tido um apego muito forte pelo meu cabelo. eu nunca fui muito apegada não, a vida inteira tive o cabelo de médio pra curto, e até arrisquei um corte chanelzinho aos 6 e aos 10 anos, respectivamente. só por volta dos 15 ou 16 anos que eu deixei meu cabelo maior, e acho que isso foi uma consequência inconsciente da falta de tempo pra ir no cabeleireiro cortar de tanto que eu estudava pro vestibular.
logo depois que acabei o Ensino Médio e passei no vestibular (ou seja: com 17 anos), eu quis uma mudança no meu cabelo, e fui dar um corte novo nele. só que ele estava enorme e eu já tinha me acostumado com ele grandão, né. e aí o cabeleireiro que me atendeu naquele dia cortou meu cabelo demais. da noite pro dia, meu cabelo deixou de chegar na cintura pra mal bater nos ombros.
eu tenho certeza de que, naquele dia, nasceu toda a minha história de amor e ódio com o meu cabelo.
os primeiros dias foram muito, muito difíceis. o cara que cortou meu cabelo naquela vez não entendeu que eu não cuido do meu cabelo e não tenho paciência pra fazer escova e tal. e ele fez um corte que não era nada prático! o tal corte deixava meu cabelo de dois tamanhos: uma camada mais curta em cima de outra camada mais comprida. era um corte que só funcionava se eu tivesse muito cuidado pra pentear e escovar. o que eu nunca fiz, é óbvio.
e aí eu fiquei 1 ano sem cortar o cabelo, pra ver se ele chegava num lugar em que eu pudesse dar um corte reto pra ser displicente e feliz de novo. foi nesse ano que começou todo o apego, e que eu desenvolvi o medo de encarar a tesoura no cabeleireiro. foi nesse ano eu aprendi a cortar minha franja direitinho, sem fazer caquinha, e eu cultivo esse hábito até hoje. ok, as vezes eu faço caquinha, mas eu já aprendi a lidar com isso também.
com 18 anos, o cabelo ficou reto de novo, mas ainda razoavelmente curto. só com quase 19 que ele começou a chegar no lugar que eu gostava de novo, o médio que não dava muito trabalho.
e desde então eu cultivo o cabelo mais comprido. até que com 21 anos e meio, numa dessas de cortar a franja, eu quis tentar cortar todo o cabelo sozinha, fiz caquinha, e aí ele deixou de ser comprido pra ficar médio-longo de novo.
hoje, aos 23, ele tá bem grande, bem ok. das últimas vezes que cortei, não quis nem repicar muito, de tanto trauma capilar acumulado nessa vida. mas há um tempo venho pensando em tentar mudar isso.
acontece que toda a minha displicência capilar – essa falta de hábito de fazer hidratação no salão, de não gostar de secador e de deixar o cabelo secar sozinho, e de prender muito o cabelo – tá me fazendo ver que tô destruindo o meu cabelo pouco a pouco.
acho que o pior de tudo tem sido prender ele demais. quando tô em casa, dificilmente eu fico de cabelo solto, porque ele fica caindo na minha frente, me atrapalha a estudar, me incomoda e tal. no mestrado, a mesma coisa. e na rua, se estiver quente, na mesma hora eu pego um daqueles elásticos de dentro da minha bolsa e faço um coque na mesma hora.
esse hábito, combinado com a displicência, tá me dando um cabelo com vários fios arrebentados e muitas pontas duplas. e o pior é que eu não largo a preguiça!
tô chegando à conclusão de que, se quiser continuar com o cabelo grande assim, vou ter que mudar meus hábitos. ou então aceitar a tesoura e fazer uma limpeza boa nesses fios.
será que eu tenho coragem?
mas o problema vai além. eu fui detectar esse estrago capilar logo agora que tô de aparelho. a minha auto-estima tá bem mexida com isso, é claro, e eu já falei isso aqui. é bem estranho ter que usar isso de novo, aos 23 anos, e lembrar da época emblemática que usei isso antes. o corte de cabelo certo poderia resolver isso, e até quebrar essa imagem de “igualdade” da Letícia que usou aparelho dos 9 aos 14 anos com a Letícia que usa aparelho aos 23 anos. mas o corte de cabelo certo poderia levar muitos muitos muitos centímetros de cabelo embora muito muito rápido.
e agora?